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O que é Ayurveda?

Na sexta-feira o Globo Repórter mostrou um pouco sobre a medicina ayurvédica praticada no Sri Lanka, ilha situada ao sul da Índia.

Interessante notar como o assunto está se espalhando e atingindo públicos distintos.

O Ayurveda é exercido há mais de 5 mil anos no Oriente. É considerada a mais antiga prática médica que se tem notícia.

E se espalhou pelo mundo influenciando outras medicinas orientais como a Chinesa, a Tailandesa e a Japonesa, além das ocidentais, como a Antroposofia.

Sua base é o respeito pela essência do indivíduo, do ambiente e das relações deste indivíduo com o meio e vice e versa.

Tendo como consequência, uma prática integrada à natureza muito semelhante à cultura indígena. Portanto, podemos dizer que os índios praticam, de certa forma, o Ayurveda.

MAS, AFINAL, O QUE É O AYURVEDA?

A resposta mais popular que encontramos é a tradução literal do sânscrito como “Ciência da Vida”. Que considera a saúde como o resultado do equilíbrio entre o corpo físico, emoções, mente e alma. E não apenas como ausência de doenças.

Para os Yogues e Vaidyas (médicos formados nesta medicina), o Ayurveda é considerado como a arte de lidar com Prana ou a energia que gera a vida.

Eu também gosto de uma outra definição: Praticar o Ayurveda é como voltar para casa. É quando as ações se conectam com o sentido da alma. E para mim, isso é felicidade.

MÉTODOS CLÍNICOS EM AYURVEDA

Não se pode deixar de admirar a profunda sabedoria e habilidades de observação dos primeiros médicos de Ayurveda. Os quais penetravam nos segredos mais profundos do corpo humano e da mente, mesmo com a ausência de tecnologia.

O resultado desta medicina pode ser atribuído às suas formas organizadas e metódicas, como por exemplo, a condução do diagnóstico.

Que quando bem feito constitui a base para um tratamento eficaz. Enquanto que a ignorância da doença ou uma avaliação inadequada do paciente, conduz a um tratamento ineficiente.

DIAGNÓSTICO PROFUNDO E EFICIENTE

No Ayurveda, o diagnóstico e tratamento de doenças baseiam-se nas informações derivadas de duas áreas: o exame do paciente e o exame da doença.

Além de coletar informações sobre sintomas, estilo de vida, dieta e histórico de enfermidades, o médico observa sistematicamente outras características que fornecem pistas sobre a causa e a duração da doença.

Por isso, o exame do paciente é dividido em três etapas: Investigação por perguntas; Exame visual e Exame físico.

Investigação por perguntas

Para uma visão geral da doença, é feita uma investigação detalhada do paciente e do histórico familiar através de perguntas.

Assim sendo, é muito importante que o paciente relate toda a história da doença em suas próprias palavras.

Exame visual

Nesta etapa, o diagnóstico já inicia enquanto o paciente caminha em direção à sala de consulta.

Por essa razão, a observação afiada da marcha, a avaliação do físico e da aparência são de suma importância. Pois transmitem uma quantidade esclarecimentos considerável sobre o estado geral do paciente.

Exame físico

E por fim, o médico avalia outros fatores, tais como: temperatura do corpo, margens de inchaços na pele e alargamentos de órgãos.

Neste caso, os métodos clínicos convencionais de palpação e percussão são exemplos de exame tátil.

Além disso, será muito comum, a leitura e observação do pulso, da língua, dos dentes, do cabelo e dos olhos afim de confirmar o estágio e duração da doença, caso ela exista.

UMA VISÃO COMPLETA DO INDIVÍDUO

Portanto, toda a atitude do paciente durante a consulta fornece informações valiosas para o médico.

O estado emocional e respectiva natureza, a força e vitalidade, a inteligência e caráter podem ser determinados a partir do vestuário, da postura, da linguagem corporal, dos padrões de respiração e até mesmo da marcha e rolamento.

Objetivo do exame clínico

O objetivo principal do exame clínico no Ayurveda é localizar como a combinação dos elementos éter, ar, fogo, água e terra (os doshas) causaram a doença.

Logo, os métodos empregados pelo médico (observação, toque e interrogação) são todos destinados a identificar os desequilíbrios no corpo e na mente do paciente. Por exemplo:

  • Se uma pessoa está com a pele quente e ruborizada, com sensação de queimação, febre, distúrbios digestivos ou infecção urinária. Estas condições podem indicar desarranjos dos elementos fogo e água (Pitta);
  • Por outro lado, uma pele seca, rachada, áspera e fria aponta para um desequilíbrio dos elementos ar e éter (Vata);
  • Ou a retenção de líquidos, inchaço, pele úmida, maçante, olhos lacrimejantes e sintomas como congestão no peito, são normalmente influenciados pelos elementos terra e água (Kapha).

Tratamento

Por essa razão, o diagnóstico clínico resultante destes exames, juntamente com uma compreensão clara da patogênese, auxilia na prescrição precisa do tratamento.

Isto posto, o processo terapêutico pode envolver massagens com óleo aquecido, saunas e ingestão de ervas frescas ou manipuladas. Práticas meditativas, de yoga e limpezas especificas. Além da condução de uma alimentação adequada.

CONCLUSÃO

Ao longo dos 10 anos que acompanho pacientes, mais do que o tratamento em si, percebi a importância do desenvolvimento da consciência pela auto observação e disciplina.

Pois, é por meio dela que conseguimos remover os maus hábitos, sejam alimentares ou comportamentais, que provocaram a doença.

Portanto, entender a origem do problema é a chave para manutenção da saúde e para conquista de uma vida mais longa e feliz.

Fonte: Indiamed

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Luciana Kimi

Sou terapeuta em ayurveda e facilitadora de processos de revitalização do Ser. A dança e a arte me inspiram. A natureza me conecta. Há 10 anos tive o meu primeiro contato com a ciência milenar indiana, e aprendi que a felicidade está diretamente ligada à manutenção da saúde.